
22/10/1997
- Jornal Gazeta Mercantil Empresa
reforma escritórios sem desalojar cliente O
Brasil tem cerca de 3 milhões de metros quadrados de salas comerciais para serem
reformados e modernizados. Esta é a previsão do comitê organizador da Office Solution,
feira de móveis e serviços para escritórios realizada em São Paulo, na segunda
semana de outubro.
Foi
nesse nicho de mercado que a KBG Arquitetura e Urbanismo encontrou um bom filão
de negócios. Ela especializou-se em reformar escritórios sem que o cliente precise
ficar temporariamente desalojado. "Muitos prédios ainda não estão preparados para
receber computadores e outros avanços tecnológicos. Ficam fios pendurados e à
mostra. Os móveis são velhos e não levam em consideração a ergonomia", resume
o arquiteto Sílvio J. Heilbut, dono da empresa. Por
isso, muitos dos projetos que são feitos pela KBG não envolvem somente a reforma
do prédio, mas também o planejamento do interior e até mesmo a indicação dos móveis
adequados. Além disso, a empresa administra a obra se o cliente não tiver quem
o faça. Esses serviços garantem um faturamento anual de R$350 mil por ano. Heilbut
diz que executar o projeto com pessoas trabalhando no local é um tanto complicado.
"Não adianta o cliente achar que não vai influir na rotina dele. Para tudo dar
certo é preciso que o dono da empresa ou a mais alta chefia esteja comprometida
com a reforma", comenta. "Este tipo de mudança gera uma expectativa muio grande
nas pessoas." Para
complicar ainda mais, Heilbut diz que em certos momentos é preciso coordenar cerca
de 15 empresas fazendo serviços dentro do escritório. As
obras costumam demorar em média 50% mais do que levariam se o espaço estivesse
desocupado. A administração da obra deve levar em conta um controle rígido dos
gastos, para não extrapolar muito o valor previamente combinado. Ele
acredita que há muito trabalho a ser feito para deixar em boas condições os escritórios,
principalmente os pequenos, com tamanhos entre 300 e 400 metros quadrados. O
arquiteto diz que cada vez que faz uma obra, já pensa na próxima que o cliente
vai fazer. "Se sair tudo bem, tenho certeza que ele nos chama de novo. Por isso
procuramos ver o que ele quer e aproveitamos experiências anteriores para o serviço
ser de qualidade."
Heilbut
começou a fazer projetos de reformulação de layout de escritório no início da
década de 80, quando trabalhava no Citybank. Em 1986, passou a ser sócio da KBG,
que já existia desde 1979, aumentando a atuação da empresa nessa área.
Mais tarde, o seu sócio saiu do escritório e ele ficou sozinho, mantendo o mesmo
nome. "É difícil dirigir um escritório de arquitetura sozinho. Às vezes falta
alguém para conversar e pedir idéias", reclama. Mas
para não ficar totalmente sozinho, ele está contando com a ajuda de um arquiteto
experiente, que é seu amigo. Alguns projetos estão sendo terceirizados e feitos
por esse arquiteto. "Às vezes eu aproveito e converso com ele. Peço algumas opiniões."
Heilbut
tem qutro arquitetos em sua empresa e um estagiário. Os projetos e a administração
das obras são divididos entre os mais experientes. "Cada um faz o trabalho de
uma forma diferente. Conversando a gente percebe oque cada um está fazendo melhor
e passa a usar." Quando
a obra é grande, Heilbut busca mais arquitetos ou pessoas especializadas para
poder fazer o serviço. Diz que não há porque temer a terceirização de parte do
trabalho porque tem critérios de qualidade muito claros para escolher as pessoas
certas. Além
disso, diz que não dá para querer ter uma estrutura muito grande porque custa
muito caro. "A gente cresce de acordo com o tamanho ou a quantidade de serviços."
Para
não cair no erro corriqueiro do "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço",
o escritório da KBG é um exemplo de espaço planejado. A iluminação foi feita de
acordo com o ambiente e o mobiliário é adaptado. "Se
tem uma coisa que eu não gosto é de caixas empilhadas do lado das mesas. Em alguns
clientes, mesmo tendo colocado mobiliário com espaço suficiente para os funcionários
guardarem suas coisas, eles não perdem essa mania. Aqui eu não deixo fazerem isso",
garante Heilbut.
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